quarta-feira, novembro 28, 2007

O Gato e a Lua

Linda, elegante e negra, a patinha pousou delicadamente no muro. Depois veio a outra patinha e o resto do gato. Andou calmamente até à placa de cimento por cima de uma garagem. A garagem ficava nas traseiras dos edifícios, separada destes por alguns quintais. Por cima de um prédio mais baixo subia a lua no céu. Estava ainda baixa, cheia e amarela. Dava já uma luz que fazia sombra nas árvores dos quintais. O gato andou preguiçosamente e parou, por cima da garagem. O cão de um dos quintais acordou e começou a ladrar furiosamente. O gato ignorou-o e deitou-se na placa da garagem. Deitou-se e espreguiçou-se, coçando as costas no cimento ainda morno do sol do dia de verão. Os barulhos das suas habituais presas hoje não o motivavam à caça. Isso, e ter comido os whiskas que a vizinha simpática ali tinha deixado para ele.
O gatinho começou a ter pensamentos sérios sobre quem era e o que estava ali a fazer. Achou-se muito longe de todos os outros gatos e de todos os afectos e pensou se haveria alguma coisa mais que o animasse, que não o olhar para a lua e coçar as costas.
Da janela do quarto a Joaninha pensou:
- Oh! Que lindo gatinho... se ao menos fosse meu... ao menos não me sentia tão sózinha e podia fazer-lhe muitas festas na barriga...

5 comentários:

Jo disse...

acho que os gatos nunca "são" de ninguém...
;)*

Anônimo disse...

Mas gostam de festas na barriga...

Jo disse...

isso até eu gosto... :P

Abssinto disse...

Melhor um cãozinho, esses não se escapam como os mal-agradecidos dos bichanos!

Anônimo disse...

O gato elegante vai ignorar o comentário do amante dos fáceis e babosos...