quarta-feira, junho 25, 2008

sem título


O sofrimento aparece de muitas formas.


Aquele que mais me custa é aquele que me obriga a confrontar-me com as experiências de sofrimento passadas e me obriga a revivê-las.


Quando era mais nova, e quando tinha indigestões à noite, a forma de o corpo manifestar o seu mal estar era tornar qualquer sonho que tivesse num pesadelo insuportável. As imagens, aparentemente banais, repetiam-se até à exaustão, num caleidoscópio se possível labiríntico. Até que acordava e ia vomitar.


O sofrimento do confronto com o passado é um pouco assim. As experiências anteriores aparecem nos seus piores contornos. Ou não aparecem, mas a sua perversa lição e solução escondem-se sob uma nova capa, sob um novo problema, que interpretamos como fizemos outrora.


Gostava de ter soluções para evitar o sofrimento. Mas ele espreita, quando estou distraída. Será que toda uma vida pode existir, sem ele?

2 comentários:

João Paulo Carreteiro disse...

Olha: Uma versão feminina dos meus posts "As minhas guerras". Obrigado M.

Em relação a "uma vida sem sofrimento", temos pena. Se te serve de consolação (não serve), nos ultimos três dias tenho vivido um torpor parecido com o exposto nesse post.
Acaba por passar; como os vómitos.
bjs
Zoompt Rasputine

Anônimo disse...

olá. sabe que sofrimento é um mal que não tem cura, sempre volta, as vezes levemente, outras tão forte que achamos que vão nos matar. mas assim como uma doença, pode não ter cura, mas tem remédio.
bjosss...