Na minha casa verdadeira (embora provisória), ontem mudei de quarto. Não sei se por preguiça ou simples resistência à mudança, não me apetecia mudar de quarto. Apetecia-me deixar tudo como estava.
O primeiro interesse em mudar veio depois de perceber que sucessivas colegas de casa iam passando por lá e ocupando o melhor quarto. Agora, entre uma e outra, tive eu a chance de mudar. Mas opus resistência: o quarto antigo tinha tanta arrumação; a luz da tarde nas cortinas é tão gira; os candeeiros são mais bonitos... tudo para não mudar para o quarto grande, o melhor quarto da casa, com a sua própria marquise privativa, transformada em escritório.
Ontem, finalmente mudei, instada pela iminente chegada da nova colega, mas sempre a pensar: se o colchão não for bom, mudo para o outro; se não me sentir bem neste quarto, ainda estou a tempo de voltar atrás.
No meu quarto novo, fiz ontem uma focagem sobre mim própria e sobre a minha própria vida e senti-me muito bem. Muito bem comigo, com a minha vida e com o meu quarto novo.
Na vida também é assim. A resistência à mudança é imensa. A preguiça, o medo e a rotina impedem-nos, por vezes, de fazer o que é melhor para nós: deixarmos o mediano para mudar para melhor. No caso do meu quarto, eu vi o resultado da mudança ao fim de umas horas a carregar coisas de um lado para o outro. Noutros casos, o resultado da mudança demora mais tempo a ver-se e por isso é mais difícil ainda.
Espero que esta mudança me dê coragem para outras: umas já tomadas e outras a tomar porque, na maior parte dos casos, a natureza privilegia a acção e mudar pode ser a melhor coisa a fazer.
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